PTOSE PALPEBRAL COMO COMPLICAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA

  • Rosiane Souza de Oliveira Faipe
  • Cyra Bianchi Faipe
  • Fernanda Rodrigues Faipe
  • Lorena Souza Faipe
  • Sheila C. Natt Faipe
  • Andressa Bianchi Mezetti Faipe
  • Marcio Homem Faipe
  • Vanessa Verdasca Faipe
Palavras-chave: Ptose Palpebral. Toxina Butolínica. Complicações

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo revisar a literatura sobre a ptose palpebral como a complicação mais comum no uso da toxina botulínica em tratamentos terapêutico ou estético. A ptose palpebral é o efeito adverso mais frequente relativo ao uso da toxina botulínica na face, tem sido empregada para fins terapêuticos em inúmeras afecções e para fins estéticos. Na Odontologia a toxina botulínica é usada como forma de tratamento para cefaléia tensional, disfunção temporomandibular (DTM), dor orofacial, bruxismo, sorriso gengival, queilite angular, sorriso assimétrico, hipertrofia de masseter, pós operatório de cirurgias periodontais e de implantes, também na sialorréia, bruxismo intenso não-responsivo à terapêutica convencional. Na odontologia, recentemente vem sendo indicada a aplicação profilática de toxina botulínica tipo A em casos após reabilitações sobre implantes dentários, reduzindo forças mastigatórias e protegendo as próteses e implantes da carga excessiva. A ptose palpebral é a principal reação adversa ligada ao bloqueio químico muscular com Toxina Botulínica por paralisia do músculo levantador da pálpebra, acontecendo em menos que 5% dos casos e com uma duração limitada de aproximadamente duas semanas.

Palavras-chaves: Ptose Palpebral. Toxina Butolínica. Complicações.

 

Biografia do Autor

Vanessa Verdasca, Faipe

 

 

Referências

ADAMS, G.G.; SLOPER, J.J. Update on squint and amblyopia. J R Soc Med., v.96, n. 1, p. 3-6, 2003.
AHMAD, S.M.; DELLA ROCCA, R.C. Blepharoptosis: evaluation, techniques, and complications. Facial Plastic Surg., v. 23, n. 3, p. 203-15, 2007.
AOKI, K.R. Review of a proposed mechanism for theantinociceptive action of botulinumtox in type A. Neurotoxicology, v. 26, n. 5, p. 785-93, 2005.
BAROODY, M.; HOLDS, J.B.; VICK, V.L. Advances in the diagnosis and treatment of ptosis. Curr Opin Ophthalmol., v. 16, n. 6, p. 351-5, 2005.
BAUMANN, L.; ELSAI, M.L.; GRUNEBAUM, L. Botulinum Toxin. In: BAUMANN, L. Cosmetic Dermatology: principles and practice. New York: Mcgraw-Hill Profession-al, 2009.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (CFO). Código de Ética Odontológica. 2013. Disponível em: https://www.cropr.org.br/uploads/arquivo/724571448d7a83c915ebc18e218042a3.pdf. Acesso: 30 maio 2022.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA (CFO). Resolução CFO 112/2011. Baixa normas sobre a utilização do uso da toxina botulínica e ácido hialurônico. Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Lei nº 5.081, de 24 de agosto de 1966. Regula o exercício da Odontologia. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5081.htm. Acesso: 30 maio 2022.
CARREGAL, T.B. et al. Ptose palpebral: avaliação do posicionamento palpebral por imagens digitais. Rev Bras Oftalmol., v. 71, n. 1, p. 18-22, 2012.
CARVALHO, R.C.R.; SHIMAOKA, A.M.; ANDRADE, A.P. O Uso da Toxina Botulínica na Odontologia. São Paulo: USP, 2012.
CRUZ, A.A.V.; CHAHUD, F.; GUIMARÃES, F.C. Patologia dos anexos oculares. Medicina, Ribeirão Preto, v. 30, n. 1, p. 36-51, 1997.
DAYAN, S. H. Complications from toxins and fillers in the dermatology clinic: recognition, prevention, and treatment. Facial Plast Surg Clin North Am., v. 21, n. 4, p. 663-73, 2013.
DOSHI, N.R.; RODRIGUEZ, M.L. Amblyopia. Am Fam Physician., v. 75, n. 3, p. 361-7, 2007.
DRESSLER, D.; SABERI, F.A.; BARBOSA, E.R. Botulinum toxin: mechanisms of action. Arq Neuropsiquiatr., v. 63, n. 1, p. 180-5, 2005.
EL-MINAWI, H.; ELSHAZLY, M.I.; ZAYED, A.A. The effect of Periorbital Botox Injection on the Eye. Kasr El Aini J Surg., Cairo, v. 11, n. 3, p. 61- 6, 2010.
FORNO, E. et al. Diminuição da função do músculo levantador da pálpebra superior em pacientes submetidos à cirurgia de ptose palpebral involucional e dermatocálase. Arq Bras Oftalmol., v. 71, n. 6, p. 831-6, 2008.
FOX, S.A. Ophtalmic plastic surgery. 4. ed. New York: Grune & Sratton, 1963.
FUJIWARA, T. et al. Etiology and pathogenesis of aponeurotic blepharoptosis. Ann Plast Surg., v. 46, n. 1, p. 29-35, 2001.
GILLES, R. et al. Treatment of recurrent luxation of the temporomandibular joint with botulinum toxin. Rev Stomatol Chir Maxillofac., v. 101, n. 4, p. 189-91, 2000.
GONÇALVES, B.M. Uso da Toxina Botulínica em Odontologia. Florianópolis: UFSC, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/105860. Acesso: 06 jun. 2022.
GRUMANN JÚNIOR, A.; BRANCO, F.R.E. Perfil epidemiológico dos pacientes com ptose congênita no hospital regional de São José. Rev Bras Oftalmol., v. 70, n. 6, p. 391-5, 2011.
GUARDA-NARDINI, L. et al. Efficacy of botulinum toxin in treat in gmyofascial pain in bruxers: a controlled placebo pilotstudy. Cranio, v. 26, n. 2, p. 126-35, 2008.
GUIEU, R. et al. Congenital blepharoptosis. Diagnosis and treatment. Rev Stomatol Chir Maxillofac., v. 91, n. 1, p. 33-40, 1990.
HERRERA SOTO, M. et al. Comportamiento de la ptosis palpebral en el servicio de oculoplastia. Rev Cuba Oftalmol., v. 15, n. 2, 2002.
HSU, Y.C.; WANG, H.J.; CHUANG, Y.C. Intraprostatic Botulinum Neurotoxin Type A Injection for Benign Prostatic Hyperplasia. Open Access Toxinol J., v. 8, n. 5, p. 126, 2016.
JASPERS, G.W.C.; PIJPE, J.; JANSMA, J. The use of botulinum toxin type A in cosmetic facial procedures. Int J Oral Maxillofac Surg., v. 40, p. 127-33, 2011.
KHANNA, S.; JAIN, S. Botox: the poison hath eals. Int Dent J., v. 56, n. 6, p. 356-8, dec. 2006.
KRUMHOLZ, D.M.; INNES, A.L.; COHEN, J. Nonsurgical management of blepharoptosis. J Am Optom Assoc., v. 61, n. 9, p. 700-6, 1990.
MAIO, M. Tratato de Medicina Estética. 2. ed. São Paulo: Roca, 2011. v. 2.
MAZZUCO, R.; HEXSEL, D. Gummy smile and botulinum toxin: A new approach based on the gingival exposure area. J Am Acad Dermatol., v. 63, n. 6, p. 1042-51, 2010.
MILLAY, D.J.; LARRABEE, W.F. Jr. Ptosis and blepharoplasty surgery. Arch Otolaryngol Head Neck Surg., v. 115, n. 2, p. 198-201, 1989.
MORAX, S. et al. Advantages of a double approach to upper blepharoplasty associated with eyelid malpositions. J Fr Ophtalmol., v. 26, n. 9, p. 993-7, 2003.
MORAX, S.; HERDAN, M.L. The aging eyelid. Schweiz Rundsch Med Prax., v. 79, n. 48, p. 1506-11, 1990.
MURSHED, N.; DAKKA, Y.; ANGUS, E. Success ful Treatment of Severe Bruxism with On a botulinum toxin A in Patients with Post Anoxic Brain Injury. Neurology, v. 78, p. 1193, 2012.
NIGAM, P.K.; NIGAM, A. Botulinum Toxin. Indian J Dermatol., v. 55, n. 1, p. 8-14, 2010.
PEDRON, I.G. Toxina Botulínica: aplicações em Odontologia. Florianópolis: Ponto, 2016.
POLO, M. Botulinum toxin type A in the treatment of excessive gingival display. Am J Orthod Dento facial Orthop., v. 127, n. 2, p. 214-8, 2005.
SANTOS, C.S; MATTOS, R.M.; FULCO, T.O. Toxina botulínica tipo a e suas complicações na estética facial. Rio de Janeiro: UFRJ, 2015.
SANTOS, T.J. Aplicação da toxina Botulínica em Dermatologia e estética e suas complicações: Revisão da Literatura. 2013. Monografia (Especialização em Dermatologia) - Núcleo Alfenas, Alfenas, 2013.
SCHETTINO, A. et al. Correção de ptose palpebral senil: abordagem sem sutura de Frost. Rev Bras Cir Cranio Maxilofac., v. 14, n. 1, p. 34-7, 2011.
SEVILHA, F.M. et al. Toxina botulínica tipo A, uma alternativa para tratamentos odontológicos. Braz J Periodontol., v. 21, n. , p. 12-17, June 2011.
SILVA, J.F.N. A aplicação da toxina botulínica e suas complicações: revisão bibliográfica. 2009. 134 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, Universidade do Porto, Porto, 2009.
SORENSEN, E.P.; URMAN, C. Cosmetic complications: rare and serious events following botulinum toxin and soft tissue filler administration. Journal of drugs in dermatology - JDD, v. 14, n. 5, p. 486-491, 2015.
SPOSITO, M.M.M. Toxina botulínica tipo A: propriedades farmacológicas e uso clínico. Acta Fisiátrica, v. 11, p. S7-S44, 2004.
TEIXEIRA, S.A.F.; SPOSITO, M.M.M. A utilização de Toxina Onabotulínica A para bruxismo: Revisão de Literatura. Rev. Bras. Odontol., v. 70, n. 2. jul./dez. 2013.
TORRES, M.R.F. et al. Revisión bibliográfica de disfunción craneo mandibular del año 2003. Archiv Odonto Estomatol., v. 20, n. 5, p. 325-46, 2004.
WENSVEEN, J.M. et al. Brief daily periods of unrestricted vision can prevent form- deprivation amblyopia. Invest Ophthalmol Vis Sci., v. 47, n. 6, p. 2468-77, 2006.
YOON, S.H. et al. Use of botulinum toxin type A injection for neuropathic pain after trigeminal nerve injury. Pain Med., v. 11, n. 4, p. 630-2, Apr. 2010.
Publicado
2023-07-15
Seção
Harmonização Orofacial